Entrei no teu jogo como um louco, fui ingénuo e tu tão fatal. Joguei-me todo e foi tão pouco, o amor é o teu instinto mais cruel Enquanto te sigo melhor me faço o teu troféu Entrei no teu jogo como um louco, eu sou o teu escravo mais leal
Ordena que te ame, e odeia quando falho. Mas usa, abusa de mim e eu serei feliz até ao fim
Marquei as unhas no corpo, tornei-me um bicho irreal. Infectei o lugar onde me punhas. O amor é este monstro final Gostas do teu troféu erguido neste inferno? Marquei o corpo com as unhas, pus-me um louco tão original
Ordena que te ame e odeia quando falho. Mas usa, abusa de mim e eu serei feliz até ao fim
Ordena que te queira e odeia quando paro. Leva-me, arrasta o meu corpo desfeito em pó
Ordena que te ame e odeia quando falho. Mas usa, abusa de mim e eu serei feliz até ao fim
Ordeno que me odeies, amo que tu sofras. O que uso, abuso, é sempre assim, morrerá por mim (x2)
"Assim como lavamos o corpo deveríamos lavar o destino, mudar de vida como mudamos de roupa - não para salvar a vida, como comemos e dormimos, mas por aquele respeito alheio por nós mesmos, a que propriamente chamamos asseio.
Há muitos em quem o desasseio não é uma disposição da vontade, mas um encolher de ombros da inteligência. E há muitos em quem o apagado e o mesmo da vida não é uma forma de a quererem, ou uma natural conformação com o não tê-la querido, mas um apagamento da inteligência de si mesmos, uma ironia automática do conhecimento.
Há porcos que repugnam a sua própria porcaria, mas se não afastam dela, por aquele mesmo extremo de um sentimento , pelo qual o apavorado se não afasta do perigo. Há porcos de destino, como eu, que se não afastam da banalidade quotidiana por essa mesma atracção da própria impotência. São aves fascinadas pela ausência de serpente; moscas que pairam nos troncos sem ver nada, até chegarem ao alcance viscoso da língua do camaleão.
Assim passeio lentamente a minha inconsciência consciente, no meu tronco de árvore do usual. Assim passei o meu destino que anda, pois eu não ando; o meu tempo que segue, pois eu não sigo."
Como poderei eu jamais tentar ou esquecer a tua amizade, e os momentos que compartimos? Os nossos momentos podem ser quebrados, mas têm a sua maneira, e não há nada que possamos fazer!! Então façamos o que há a fazer, e não me entrepretes mal, sabes que não tens que te preocupar comigo, eu faria-o de novo!! Eu posso entender que não pode ser, é difícil tanto quanto pode ser, mas não vou esconder o meu desespero acho que nunca terei de o fazer! Tão cansado da vida sem contos, peço-te segura o tua força porque irei precisar dela!!! Sei que vais manter todas as palavras por nós ditas!!!!
Conhecemos pessoas fantásticas em situações complicadas, falamos expomo-nos e essas pessoas expõem-se, contam-nos relatos breves da própria vida ouvimos atentamente, partilhamos as nossas experiências, chegamos à conclusão que queremos essas pessoas por perto. Mais conhecemos mais queremos conhecer, mais falamos mais queremos ouvir, falamos durante horas com um grau soberbo de atenção!!! Chegamos cada vez mais à conclusão que essas pessoas têm que ficar perto! Lembramo-nos de repente que também nos podemos divertir e passar bons momentos com elas! Passam dias já temos confiança suficiente então fazemos uma estupidez!! não devia ter sido feita mas naquela hora parece o mais sensato e seguimos em frente corremos o risco de acabar com uma amizade!!!! Mas que vem a ser isto quem nos dá o direito de arriscar, por termo a uma história dessas ninguém merece!! Só depois de agir/errar é que aprendemos com os nossos erros???
O que acontece a dois amigos quando depois de passarem por tanto parecem perdidos e preferem a outros, dão as mãos para se cumprimentar ignorando tudo aquilo que deram um ao outro. Se até então eram grandes amigos sempre um para o outro, e o mundo lhes favorecia a relação será que passaram este tempo todo enganados?? o que os faria distanciar do seu tranquilo local, será que não pensam nem um instante nesses dias e momentos que um dia foram só deles e para eles????
Sim infelizmente não somos nem tão fortes como queriamos nem tão fracos como deviamos, vivemos num mundo onde a moeda de troca é a violencia e pagamos cada vez mais com retribuições de mau humor quando as pessoas que nos rodeiam são aquelas que o melhor nos merecem. Más disposições, falta de paciencia, falta calma essa que por nós era ou foi tão apreciada em tempos!!! Onde estão todos esses valores esquecidos que toda gente se empenhou em nos transmitir???? FMML
Todos os que poderiam montar um quadro triste e desolador funcionam como um ponto de partida para uma história optimista e de celebração da vida!!!! FMML
!!!o segredo da felicidade é fazer sómento aquilo que se gosta!!! Gabriel Garcia Marques
Faixa 10 de Nada se repete, nada se promete (1992) - Mafalda Veiga
(Letra e música: Mafalda Veiga; Arranjo: Manuel Faria) (inspirado no fado "O Bêbado Pintor" de Alfredo Marceneiro)
Encostado ao balcão da taberna O bêbado pintor Espera a noite de sombras vazias E quem vende o amor assim
Louco e ébrio num circo deserto Cambaleando e só Um palhaço triste Inventa um pouco de alegria E dança num palco gasto Afastando o pó
Hoje eu sou rei do mundo Pintor de todo o lugar Um coração de vagabundo Sabe voar
Ela entra nas noites sem rumo Com o olhar vazio E traz nos cabelos A brisa leve do Outono Que ele quis pintar E lhe fugiu
Só e ébrio num carrossel louco Sem mastro nem chão Diz-lhe: vem ver um palhaço triste Descobrir a poesia Em noites de amor E solidão
Hoje eu sou o rei do mundo Pintor de todo o lugar Um coração de vagabundo Sabe voar
O fado da inspiração!
Encostado sem brio ao balcão da taberna De nauseabunda cor e tábua carcomida O bêbado pintor a lápis desenhou O retrato fiel duma mulher perdida
Era noite invernosa e o vento desabrido Num louco galopar ferozmente rugia, Vergastando os pinhais, pelos campos corria, Como um triste grilheta ao degredo fugido. Num antro pestilento, infame e corrompido, Imagem de bordel, cenário de caverna, Vendia-se veneno à luz duma lanterna À turba que se mata, ingerindo aguardente, Estava um jovem pintor, atrofiando a mente, Encostado sem brio ao balcão da taberna.
Rameiras das banais, num doido desafio, Exploravam do artista a sua parca féria, E ele na embriaguez do vinho e da miséria, Cedia às tentações daquele mulherio. Nem mesmo a própria luz nem mesmo o próprio frio, Daquele vazadouro onde se queima a vida, Faziam incutir à corja pervertida, Um sentimento bom damor e compaixão, Plo ébrio que encostava a fronte ao vil balcão, De nauseabunda cor e tábua carcomida.
Impudica mulher, perante o vil bulício De copos tilintando e de boçais gracejos, Agarrou-se ao rapaz, cobrindo-o de beijos, Perguntando a sorrir, qual era o seu oficio, Ele a cambalear, fazendo um sacrifício, Lhe diz a profissão em que se iniciou, Ela escutando tal, pedindo-lhe alcançou Que então lhe desenhasse o rosto provocante, E num sujo papel, o rosto da bacante O bêbado pintor com um lápis desenhou.
Retocou o perfil e por baixo escreveu, Numa legível letra o seu modesto nome, Que um ébrio esfarrapado, com o rosto cheio de fome, Com voz rascante e rouca à desgraçada leu, Esta, louca de dor, para o jovem correu, E beijando-lhe o rosto, abraço-o de seguida... Era a mãe do pintor, e a turba comovida, Pasma ante aquele quadro, original, estranho, Enquanto o pobre artista amarfanha o desenho: O retrato fiel duma mulher perdida.
Ouvir falar com palavras fortes e cruas é sentir a verdade ouvida Falem-me do que faço mal ou menos bem Digam-se como poderei ter mais noção daquilo que sou e do que faço aqui entre vós Não me olhem silenciosamente se quiserem conhecer-me mais e melhor Interpelem-me que eu direi sempre algo: bom ou mau; oco ou sentido!