quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Sentido-fazer
Tal sentido de impulso por querer
Qual rumo definir como aberto
Tendo sempre de fazer acontecer
Faço-o, desejo-o, quero-o
É isto de ser assim louco
Igualando o sentir-desespero
Diluindo qualquer peso oco
domingo, 21 de fevereiro de 2010
"Não arrastes o meu caixão" - Samuel Úria
Samuel Úria - Não Arrastes o Meu Caixão from Picos Gémeos on Vimeo.
Não arrastes o meu caixão
Que o Macadame tornou-se infame
E a traição dificulta a tracção.
É por isso que volto à poeira:
Menos atroz o atrito à madeira
Nas tábuas do meu caixão.
Os ornamentos tornaram-se lisos,
Vaidade morta, só restam narcisos
Em coroa no meu caixão.
Não arrastes o meu caixão
Que as carpideiras perderam maneiras
E o cortejo tornou-se motejo.
Em epitáfios talhados por cegos,
Entre sevícias entrego-me aos pregos
Das tábuas do meu caixão.
Do meu sarcófago fazes saltérios;
Como a uma lira dedilhas o lírios
Em coroa no meu caixão.
O estranho esquife espraias, esconso
Na valsa convulsa em volta do vulto
Que habita no meu caixão.
Teledisco para "Não Arrastes o Meu Caixão" de Samuel Úria, do álbum "Nem Lhe Tocava" (2009).
Realização: Adriano e Filipe Fernandes
Com a colaboração de: João Gambino, André Carrilho e Nuno Félix
Com: Samuel Úria, Miguel Sousa, Filipe Sousa, Jónatas Pires, Tiago Ramos, Celina da Piedade, Joana Barrios, Joana dos Espíritos, Joana Morgado, Cheila Cunha e Nonô Matos Correia
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Diabo na Cruz no Café Concerto do Centro Cultural Vila Flôr em Guimarães
Sábado, 13 Fevereiro 23h59
Música Café Concerto
Diabo na Cruz
http://www.myspace.com/diabonacruz
Jorge Cruz, B Fachada, João Pinheiro, Bernardo Barata e João Gil formam o quinteto que dá corpo e voz ao projecto Diabo na Cruz.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
"Os loucos estão certos" - Diabo na Cruz
Os loucos estão certos
Os certos estão fartos
Os fartos são modernos com os pés no chão
Os sogros estão pobres
Os pobres estão mortos
Os mortos são vivos em preservação
O bairro está cheio
As cheias estão à porta
O António das chamuças mudou de canal
Os loucos estão certos
É preciso ouvi-los
Foram avisados não nos querem mal
Os loucos estão parvos
Os parvos estão no trono
O trono que era bênção fez-se maldição
Os trilhos estão cruzados
A fome aí à espera
O tio veio ao casório para insultar o irmão
Os padres comem putos
Os putos comem ratos
Na igreja de São Torpes hoje há bacanal
Os loucos estão certos
É preciso ouvi-los
Foram avisados não nos querem mal
Ai, ai, ai
Já que a gente se habitua ao ai
Ai, ai, ai
Já que a borga continua
Já que o ritmo não recua
Seja o filho avó do pai
Os Loucos estão certos
Os certos estão fartos
Os fartos são modernos com os pés no chão
Os trilhos estão cruzados
A fome aí à espera
O tio veio ao casório para insultar o irmão
Os padres comem putos
Os putos comem ratos
Na igreja de São Torpes hoje há bacanal
Os loucos estão certos
É preciso ouvi-los
Foram avisados não nos querem mal
Ai, ai, ai
Já que a gente se habitua ao ai
Ai, ai, ai
Já que a borga continua
Já que o ritmo não recua
Seja o filho avó do pai
Do álbum Virou! de Diabo na Cruz - composição: Jorge Cruz
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Sem beijo
Esmaga esse fervor
Inebriando-te em mim afinal
Julga-o meu sem dor
Onde o sentirei a mal
Seria nobreza saber
Em que reino amo
Maldoror ou teu Plano
Antevirás uma alegria
Montando o teu mundo
Olvidarás a folia
Revivendo-o profundo