segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tiago na toca

Onde anda a parte simples como desenho minimal?
A toca fica oca se não sopra ou respira
A faca já não corta se ninguém a afia
O leme fica perro se o rumo não desprende
A saída é um erro


Na toca o princípio nem existe
Cá dentro há gigantes que nos regem
Como risos que não fingem
É eufórica a alegria e de sangue a agonia
Porque também se pode querer no que há do outro lado
E é sempre credível
Um conceito credível onde a mão é mais quadrada
E a mensagem estudada e mais limpa do ruído
Como aquelas fotografias onde estamos bem vestidos…
Mas eu gosto do ruído
Eu quero do ruído outras coisas que viajam
Que são espelho do que somos como forças à deriva
Que não prendem ou controlam e são ventos sem vontade...
Mas que não param.


Eu quero a parte fraca porque é nela que nos vemos
Desafio a parte forte para agarrar no mundo
Quero o medo da coragem e a coragem de ter medo
Tenho um corte que desvenda
Quero o fruto que se colhe


Pode ser anjo, ou demónio mas na toca não se escolhe.

Retirado de: Myspace Tiago na toca

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